Na Serra da Borborema, município de Ingá, há um monólito com cerca de 23 m de comprimento e mais de 3 m de altura que chama a atenção por apresentar caracteres estranhos e imagens de animais, frutas, humanos, constelações e até a via láctea. Batizado de “Itaquatiaras”, esse monumento é um dos achados arqueológicos mais expressivos do planeta.
A palavra "Itaquatiara" em tupi significa "pedras pintadas", e, de acordo com especialistas, ainda há vestígios de pigmentos sobre os signos esculpidos em baixo relevo, o que prova que as inscrições possuíam cores vivas numa época remota.
O monumento do interior da Paraíba é conhecido pelo “mundo civilizado” desde a descoberta do Brasil, pois foi mencionado pela primeira vez em 1618, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil cuja autoria é atribuída ao português Ambrósio Fernandes Brandão.
Também chamado de "Pedra do Ingá", esse monumento arqueológico foi o primeiro a ser tombado como patrimônio nacional em 1944.
O monumento do interior da Paraíba é conhecido pelo “mundo civilizado” desde a descoberta do Brasil, pois foi mencionado pela primeira vez em 1618, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil cuja autoria é atribuída ao português Ambrósio Fernandes Brandão.
Também chamado de "Pedra do Ingá", esse monumento arqueológico foi o primeiro a ser tombado como patrimônio nacional em 1944.
Origem
A identidade de quem esculpiu as Itaquatiaras sempre levantou polêmica. Muitos acreditam que as imagens foram feitas pelo povo pré-histórico que viveu na região. No entanto, os indígenas que habitavam aquela área na época do descobrimento do Brasil, bem como seus descendentes que ainda hoje vivem ali sempre afirmaram que os signos não foram esculpidos pelos seus antepassados.
Outros dizem que as Itaquatiaras foram feitas pelos fenícios 3 mil anos atrás, quando o Brasil era usado como base comercial daquele povo. Entre os pesquisadores que defendem essa teoria, estava o americano Cyrus H. Gordon, professor universitário especialista em línguas mediterrâneas que, em 1960, traduziu as inscrições das Itaquatiaras da Paraíba:
“Somos filhos de Canaã, de Sidon, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hirão, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui, 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor.”
Na parte de cima, cópia do texto gravado na pedra de Paraíba, abaixo, o alfabeto fenício |
Problemas e soluções
Apesar da importância do monumento, o poder público nunca mostrou uma preocupação com a sua proteção ou preservação. Quem visita o local pode constatar o abandono e a negligência, e os especialistas vão mais além e dizem que se não houver uma drástica mudança de atitutide da parte do governo, as Itaquatiaras não vão resistir por muito mais tempo.
Um dos problemas é a esfoliação das camadas superficiais da pedra pelo fenômeno de dilatação durante o dia e contração durante a noite. A única forma de diminuir o efeito destrutivo do choque térmico seria plantar árvores em torno do monumento, evitando assim que a pedra fique exposta ao sol forte.
Um dos problemas é a esfoliação das camadas superficiais da pedra pelo fenômeno de dilatação durante o dia e contração durante a noite. A única forma de diminuir o efeito destrutivo do choque térmico seria plantar árvores em torno do monumento, evitando assim que a pedra fique exposta ao sol forte.
Na época das chuvas, esse importante sítio arqueológico fica parcial ou mesmo completamente submerso pelo Riacho Bacamarte cujas águas trazem detritos que se chocam contra a pedra, danificando-a. Além disso, as águas são poluídas por esgotos das cidades próximas, e a poluição acelera o processo de descamação da pedra. Para evitar que as Itaquatiaras sejam destruídas pelo rio, seria necessário desviar o curso da água.
Outra ameaça à integridade do monolito é a ação perversa de vândalos e exploradores de relíquias arqueológicas, o que prova que é necessário investir em um sistema de segurança para o local.
Como se tudo isso não bastasse, uma antiga lenda sobre um tesouro guardado dentro da pedra motivou muita gente a tentar quebrá-la, o que causou danos irreversíveis as suas inscrições.
O monumento encoberto pelas águas do Riacho Bacamarte durante enchente |
Algumas palavras sobre a presença de fenícios em terras tupis
A teoria das viagens entre mesopotamia e Brasil vem sendo sustentada não apenas pelo achado das Itaquatiaras na Paraíba, mas também por outras descobertas arqueológicas significativas.
Por exemplo, foram encontrados estaleiros e porto fenícios, bem como utensílios daquela gente em lagos dos estados do Piauí, Maranhão, e Rio Grande do Norte. Muralhas de pedra e cal erguidas com a típica técnica dos antigos fenícios foram localizadas no Ceará, Piauí e Maranhão. Inscrições gravadas em pedra na Amazônia fazem referência aos reis de Tiro e Sidon. No Rio de Janeiro, a inscrição na Pedra da Gávea foi traduzida como: “Aqui Badezir, rei de Tiro, primogênito de Jetbaal”. Nos estados da Bahia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais foram coletadas diversas inscrições que, entre outros assuntos, falam das obras do povo fenício no Brasil e da atividade comercial que exercia aqui.
Além dos fenícios terem deixado provas físicas, eles também influenciaram os idiomas dos nativos. Segundo estudiosos de linguística, muitas palavras Tupi são semelhantes às da língua fenícia.
"...Apesar da importância do monumento, o poder público nunca mostrou uma preocupação com a sua proteção ou preservação..." Infelismente esta eh a realidade brasileira, nao cuidar do que realmente tem valor. Fico muito triste e totalmente sem esperanca qdo vejo essa situacao... se fosse na Europa por exemplo, este sitio arqueologico estaria sendo explorado, visto e admirado por turistas do mundo inteiro,totalmente protegido, bem cuidado e preservado. Alem de muitas outras coisas, o que falta no Brasil eh Infra-Estrutura, isso para nao falar em educacao do povo, que ate hoje continua se comportando muito mais como selvagens que humanos... E nao estou falando de Indios, eles pelo menos tem o instinto de cuidar e preservar. O Brasil, infelismente nao valoriza e nao tem uma memoria cultural.
ReplyDeleteSeja qual for a origem desse monumento, é uma lástima o modo que é tratado, ou melhor, mal tratado pelos poderes públicos. Valeu pela sua partição.
DeleteQue engracado, Inga e Itacoatiara sao dois bairros de Niteroi, o primeiro na Baia de Guanabara e o outro no Atlantico, e eh a praia mais linda.
ReplyDeleteEssa teoria dos fenicios eu jah tinha ouvido mas nunca vi estudos a respeito. Eh mesmo uma pena que no Brasil nao se de importancia ao estudo historico, como disse a Sibely.
Uma das supostas evidências da passagem dos fenícios no Brasil é uma inscriçõa na pedra da gávea, na sua terra natal. Mistérios brasileiros!
DeleteEstá suposta inscrição fenícia não tem nada a ver com a pedra do ingá. Esta pedra da Paraíba é outra história, que é uma fraude por sinal. Culpa de Ladislau Neto que há mais de um século (em 1885 para ser mais exato) admitiu seu erro.
ReplyDeleteObrigada pela participação, Jimmy. A opinião de cada um é sempre valiosa.
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